Canto ao diamante negro
És um diamante opaco
daqueles de brilho raro
daqueles que têm ainda
o gosto aceso das cinzas.
És jóia assim desmedida
que deslumbra pelo de viva
pelo que em vida abusa
em sua carnadura lúdica.
Um diamante sobredosado
puramente talhado a pressão
que tem em si o teor mais forte
do mais negro dos carvões.
És, pois, negra...
Tua cor não nega,
o canto da humanidade
contida em tuas veias.