Meu penar

Que pena

A pena que encena

A dança solitária

No vento confuso

Da cidade

Que pena

Que maldade

A pena não tem identidade

(- Da ave, da alma penada ou do moço sem sua amada?)

O alto alcança

Ou vai beijar o chão?

(Observa a criança,

Com sua imaginação.)

Lá vai a pena pelo ar

Com a pipa

Com a folha seca

E o aviãozinho de papel

Que contracenam com a dançarina do vento

Lá vem o avião

Em direção a pena

Que flutua lenta

(Vai sair de cena?)

Num movimento súbito

Brusco

Desvia e volta

À velocidade plena

A pena no ar

Acabou a dança

E a música

Enfim pousa a pena

Logo nos cabelos de Helena

A dona do meu penar

Vavá Borges
Enviado por Vavá Borges em 10/05/2012
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