Meu penar
Que pena
A pena que encena
A dança solitária
No vento confuso
Da cidade
Que pena
Que maldade
A pena não tem identidade
(- Da ave, da alma penada ou do moço sem sua amada?)
O alto alcança
Ou vai beijar o chão?
(Observa a criança,
Com sua imaginação.)
Lá vai a pena pelo ar
Com a pipa
Com a folha seca
E o aviãozinho de papel
Que contracenam com a dançarina do vento
Lá vem o avião
Em direção a pena
Que flutua lenta
(Vai sair de cena?)
Num movimento súbito
Brusco
Desvia e volta
À velocidade plena
A pena no ar
Acabou a dança
E a música
Enfim pousa a pena
Logo nos cabelos de Helena
A dona do meu penar