Vida
Sou como folha seca, que o vento leva para onde quiser
Não importa o que desejo, se é que ainda há desejo por algo em mim...
Minhas forças já foram
Teimosas, não querem mais voltar.
O sol está quase se pondo
Para a lua me iluminar
Seria capaz de passar a noite inteira a observar
Mas algo me consome, algo que ainda nem tem nome
Não vejo, mas sinto ferir meu coração abatido sem piedade
Ás vezes acredito que terminarei em lágrimas
Enquanto espero mansamente o sono profundo, aliviar essa canseira...
Não me importa se quem ler minhas palavras e não entendê-las
Não há como prendê-las ao sentido, elas são indomáveis
Mas procuro com desespero escrevê-las
Para que algo de mim fique pela eternidade.
Anos atrás eu imaginava uma vida linda
Tantos planos, tantas metas....
Até essa doença maldita querem matar minhas páginas com um derradeiro ponto final.
Suspiro cansada, ou melhor, renegada.
É mais forte do que eu.
Talvez um dia alguém entenda
Talvez quem sabe me faça novamente viver
Lendo minhas linhas morbidas
E dar outra vez a vida que a vida tirou de mim.
Essa é a esperança.