ENTRE O CORPO E O AFETO

Dentro dos limites do espaço virtual
que imagino seja ocupado pelo meu corpo
é que construo as trincheiras.
Afasto, assim, teu amor
e mantenho minha integridade física.

Dou asas ao afeto.
Que voe,
que se perca,
que se prostitua,
que ocupe o céu,
reservado aos deuses,
ou os recônditos próprios
dos demônios.

Será o afeto sempre volátil,
capaz de se extinguir
ou de se alçar ao panteão
da eternidade.

Ao meu corpo destino trincheiras
protetoras, que vôos não lhe são permitidos.

Te amo, pois, do jeito humano,
corpóreo, físico, frágil, mortal,
com o afeto, exclusivo dos deuses,
capaz da imortalidade.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 09/05/2012
Reeditado em 06/09/2014
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