ATÉ QUANDO, CRIATURAS?
Como é deprimente assistir à própria morte, ainda em vida!
É terrivelmente penoso ser interceptado e confinado ao desespero,
Milhões de inocentes aprisionados pela eternidade.
Inúmeras calúnias decidem julgamentos duvidosos,
Onde reles jurados abusam de conceitos éticos com seus desmandos.
Até que ponto o desejo dos amantes é saciado, e a razão esquecida?
Até quando irá perdurar o desprezo avassalador?
Porque tanto ódio contido de forma animalesca no ser humano?
O exasperante mundo padece inepto frente à desordem,
Povoado por seus mesquinhos habitantes que cultuam o descaso,
Como se fosse uma maneira de oficializar a truculência exagerada.
A violência em todos os sentidos culmina no caos mundial.
Independe se são aspergidos ou imergidos, sacramentados ou não,
Eles perfazem a ralé humana que contribui para a plena asquerosidade.
Inquieto-me por não exaltar esquecidas paixões.
Meu preocupante viver ofusca a lembrança do amor.
Vejo-me apinhado de insolúveis problemas.
Minha insana mente vagueia por assombrosos limbos.
Temo que não valeu minha profissão de fé,
Ou talvez necessite de outro sacramento.
Valorizado na fé material, o ecumenismo recruta mentes desesperadas.
A ortodoxia parece clamar pelo novo e o protestante consente.
O ateísmo, em sua plenitude, afugenta a divindade.
Nada parece suficiente para suportar os agouros.
E a inveja faz-se presente em cada diálogo.
Quantos interesses ocultos em falsas manifestações!
O mundo dopado parece dobrar-se, sob o manto negro do poder.
A dívida material do homem desconhece o paraíso.
Em meio a tantos dissabores, falta-me a prática do mal.
Perco-me dividido entre a força da razão e o conluio do prazer!
Tantas perguntas que adormecem sem respostas e incentivam a dor.