ATÉ QUANDO, CRIATURAS?

Como é deprimente assistir à própria morte, ainda em vida!

É terrivelmente penoso ser interceptado e confinado ao desespero,

Milhões de inocentes aprisionados pela eternidade.

Inúmeras calúnias decidem julgamentos duvidosos,

Onde reles jurados abusam de conceitos éticos com seus desmandos.

Até que ponto o desejo dos amantes é saciado, e a razão esquecida?

Até quando irá perdurar o desprezo avassalador?

Porque tanto ódio contido de forma animalesca no ser humano?

O exasperante mundo padece inepto frente à desordem,

Povoado por seus mesquinhos habitantes que cultuam o descaso,

Como se fosse uma maneira de oficializar a truculência exagerada.

A violência em todos os sentidos culmina no caos mundial.

Independe se são aspergidos ou imergidos, sacramentados ou não,

Eles perfazem a ralé humana que contribui para a plena asquerosidade.

Inquieto-me por não exaltar esquecidas paixões.

Meu preocupante viver ofusca a lembrança do amor.

Vejo-me apinhado de insolúveis problemas.

Minha insana mente vagueia por assombrosos limbos.

Temo que não valeu minha profissão de fé,

Ou talvez necessite de outro sacramento.

Valorizado na fé material, o ecumenismo recruta mentes desesperadas.

A ortodoxia parece clamar pelo novo e o protestante consente.

O ateísmo, em sua plenitude, afugenta a divindade.

Nada parece suficiente para suportar os agouros.

E a inveja faz-se presente em cada diálogo.

Quantos interesses ocultos em falsas manifestações!

O mundo dopado parece dobrar-se, sob o manto negro do poder.

A dívida material do homem desconhece o paraíso.

Em meio a tantos dissabores, falta-me a prática do mal.

Perco-me dividido entre a força da razão e o conluio do prazer!

Tantas perguntas que adormecem sem respostas e incentivam a dor.

Paulo Izael
Enviado por Paulo Izael em 21/07/2005
Código do texto: T36589