caixa de Pandora
uma parte de mim
adora fingir
remoe fantasias
relê poesias
revê lembranças guardadas
isso é tão sem sentido
tão pertubador
mas outra parte de mim
nem liga
nem se toca
me olha de cima abaixo
me lança um olhar fulminante
me provoca agora
me pergunta porque
eu gosto tanto de sofrer
de me afogar em lágrimas
e sem piedade
sem dar chance
abre a minha caixa de Pandora
e deixa se desfazer no ar
uma nuvem densa de saudade
guardada há tanto tempo
junto com alguns momentos
alguns pedaços de dor
luas
noites
ventos
mar
e restos
de fragmentos de amor