Caminho dos Escravos
A estrada é Real,
como o mal que forçou
negros braços a ladrilha-la.
Mas é bela a estrada!
É forte,
áspera, sinuosa,
delicadamente rude,
a estrada nas rochas cravada,
pelas negras mãos de além-mar.
Cá, relembro minhas caminhadas,
meus devaneios solitários
nos seios das Gerais.
Há um caminho na Estrada Real,
um Caminho dos Escravos
salvos da liberdade
de serem si mesmos.
Lá, na gruta,
onde se escuta o riacho,
acho que eu ouvi
um chamado a me rebelar...