Caminho dos Escravos

A estrada é Real,

como o mal que forçou

negros braços a ladrilha-la.

Mas é bela a estrada!

É forte,

áspera, sinuosa,

delicadamente rude,

a estrada nas rochas cravada,

pelas negras mãos de além-mar.

Cá, relembro minhas caminhadas,

meus devaneios solitários

nos seios das Gerais.

Há um caminho na Estrada Real,

um Caminho dos Escravos

salvos da liberdade

de serem si mesmos.

Lá, na gruta,

onde se escuta o riacho,

acho que eu ouvi

um chamado a me rebelar...

Baco Diphues
Enviado por Baco Diphues em 08/05/2012
Reeditado em 09/05/2012
Código do texto: T3657016