De Corpo e Alma

Vale dizer,

Que a noite está distante...

Embora o meu querer,

Se assente na necessidade de ver você sorrir.

A saber, não digo muita coisa,

Pois, as vezes, até vivo por viver,

Mesmo em meu silêncio,

Há um algo, quieto,

Bem maior que o meu ser.

Definitivamente, é o meu amor por você.

Amor, que custa-me dizer,

Em versos.

Pois prefiro ocultar forjando o inverso;

pois prefiro anonimar nascendo sem excesso.

Do que expor o âmago d’ alma e deixar morrer a luz.

É assim, nesse tom, o meu amor por você...

Num silêncio rogado de inocência;

Na voz calada da saudade;

Na certeza da arte da tarde,

Que me invade num simples olhar seu,

Que regenera dia a dia,

Terminando na aquiescência da cama,

Como um orgasmo de grito mudo.

Não preciso mais falar,

Porque não quero dizer,

Que de boca o verbo e o veneno tem o mesmo teor;

Quero, na verdade, sentir,

Sentir a essência...

Como o som em harmonia subserviente;

Como a cor, que se forma, no olhar de um desenho.

Até porque, o que se diz na tv,

Não vale além de viver.