Asas inquebrantáveis
Asas inquebrantáveis
Lembro quando mais moço,
eu balança
Como aquela árvores
Do campo
Como aquelas folhas
De mamona.
Qualquer vento
me animava
e me tirava os pés do chão.
Subia como aquele pipa
No céu. Sem esforço,
Vagueava entre o azul
do infinito azul e o branco
das nuvens brancas.
Hoje não consigo mais.
Estou aprendendo a apreciar
As entranhas da noite.
As noites estão
Cada vez mais compridas
E molhadas.
E o sol já não me atrai tanto
Descobri que nas penumbras
Posso ser coisas
Que se queimam muito
fácil no dia aberto.
Que se derretem nas temperaturas
Altas.
Entretanto, sinto falta dos vôos matinais
Que fazia quando o peso
Das noites não eram tão percebidos.
E não se cobravam da gente,
durante o dia, asas inquebrantáveis.