Lua-de-mel
E estatelou-se a madrugada
Sem pressa se espreguiçava
Instada a testemunhar nossa nudez
O martírio de sua vida enrugada
Se era amor ou sexo, pouco importava
Fazia frio escaldante
Mas o sol cúmplice por lá ficava
Esperando gemidos estrondearem
E nossa noite ser marcante
Como aquelas que eu sempre jurava
O paraíso e o clímax a reinarem
E tinha os infalíveis zumbidos
Esquecidos no orvalho de nossos corpos
Estávamos dedicados em nos unirmos
Em juras de lealdade e amor imbuídos
E na dor melificada de primeira vez amorfos
Jubilando pelo abandono a qualidade de ázimos
E tenramente nos pertencemos
Procurando arcar qualidades profícuas
Desejosos de distante ver a mocidade perdida
E num momento eternizado percebemos
A vasteza de nossas vozes roucas
Procurando a libido que se fez perdida
E vieram os sucessivos suspiros
Nossas mãos afadigadas já entrelaçadas
Manifestando união, paixão e perenidade
Ultrapassamos a candura aos urros
E nossas vozes solfejando esforçadas
O amor carnal se tornara verdade