A casa nova
Essas manhas veteranas,
Disfarçando sanhas infantis;
Dão como vento na pragana,
Gerando a dispersão infeliz...
Esse espelho que não espelha,
Não o atuar que o amor aprova;
Mesmo tendo caído a casa velha,
Ainda carece ser feita a nova...
Esse afeto que sofre afetado,
convenções, opiniões, apreço;
é mero verbo não conjugado,
perdido carteiro sem endereço...
Esse projeto retido no papel,
um devaneio que não convence;
como escrever ao Papai Noel,
e esperar que ele recompense...
Esse hábito de ceder ao “normal”,
mesmo se esse parece insano;
tolice, como bolacha de água e sal,
de água e sal, é feito o oceano...