Caminho
Sou diamante bruto
E nunca quis ser lapidado
Com sentimento de revolta no peito
Não me deixei ficar parado
Vendo o que vi (e ainda vejo)
Guardando na memória a tristeza, minha e alheia
Não consegui só assistir
Levantei, sem medo de quebrar a cara (feia)
Não vou sozinha
Nem só com os "irmãos"
Vou com o mundo nas costas
Estamos prontos, sem divisão
Não quero só paz, saúde, dinheiro
O de praxe é o básico
Quero poesia no olhar
Corações amolecidos pela emoção
Porque por aí é só saudade
E já que a lamentação não basta
Já que a música não cala
Que seja movida de ação a palavra
Minha mão na sua mão
Nossas pernas em um só caminho
E o que chamamos de sobrevivência
Um dia poderá ser chamado de vida.