Caminho

Sou diamante bruto

E nunca quis ser lapidado

Com sentimento de revolta no peito

Não me deixei ficar parado

Vendo o que vi (e ainda vejo)

Guardando na memória a tristeza, minha e alheia

Não consegui só assistir

Levantei, sem medo de quebrar a cara (feia)

Não vou sozinha

Nem só com os "irmãos"

Vou com o mundo nas costas

Estamos prontos, sem divisão

Não quero só paz, saúde, dinheiro

O de praxe é o básico

Quero poesia no olhar

Corações amolecidos pela emoção

Porque por aí é só saudade

E já que a lamentação não basta

Já que a música não cala

Que seja movida de ação a palavra

Minha mão na sua mão

Nossas pernas em um só caminho

E o que chamamos de sobrevivência

Um dia poderá ser chamado de vida.

Lâmia Brito
Enviado por Lâmia Brito em 07/05/2012
Código do texto: T3655453
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