Extremos...
é tão meu esse vácuo
que nele para outros seres
não há espaço
é tão fundo meu céu
que nele nascem e morrem
dos sonhos, os olhos
é tão oca minha morada
que nela costuro e colho
as blasfemias de meus ais
é tão frio o meu inferno
que nele estendo meus dedos
e incinero-os ao gelo
é tão solitario o meu grito
que nele, letras e palavras
comem e bebem, raizes