Descamado
Sou poeta porque morro
A minha vida é morrer
A cada instante que morro
Sei mais profundo de você...
Que da vida se afastou
E do mundo inebriou
Não consegue Mais voltar,
Desaprendeu a morrer.
Morrer de seus sonhos
Das mentiras inventadas
Das ilusões das quimeras
Da grade arquitetada
Se vê sem esperança, no
Muro negro da prisão
Que você projetou
Pra se esconder a solidão.
E não aceita o óbvio
Que não tem como fugir
Somos todos solitários
Não adiante mais mentir
O resto é brincadeira
Distração das crianças
Inocência bonita
Que nos adultos mortifica.
Precisa renascer, então
Precisa ver, que a parte
Mais bonita, mais linda
Da vida, estão distantes
Ou são dublês.
E não há nada mais bonito
Mais louco e atrevido
Que deixar o que existe
Ser visto em você....