Descamado

Sou poeta porque morro

A minha vida é morrer

A cada instante que morro

Sei mais profundo de você...

Que da vida se afastou

E do mundo inebriou

Não consegue Mais voltar,

Desaprendeu a morrer.

Morrer de seus sonhos

Das mentiras inventadas

Das ilusões das quimeras

Da grade arquitetada

Se vê sem esperança, no

Muro negro da prisão

Que você projetou

Pra se esconder a solidão.

E não aceita o óbvio

Que não tem como fugir

Somos todos solitários

Não adiante mais mentir

O resto é brincadeira

Distração das crianças

Inocência bonita

Que nos adultos mortifica.

Precisa renascer, então

Precisa ver, que a parte

Mais bonita, mais linda

Da vida, estão distantes

Ou são dublês.

E não há nada mais bonito

Mais louco e atrevido

Que deixar o que existe

Ser visto em você....

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 07/05/2012
Reeditado em 07/05/2012
Código do texto: T3654790