comida do céu

O que é essa estrada que

Que abre em procissão

Banhando de tédio

A cada passo dado?

Cada espaço futuro

Que é guardado,

É manejado

Como se o mesmo

Espaço não tive ocupado?

Com se nada me pertencesse

Como se eu fosse um invasor?

Oh! , Deus da vida

Que me acolhe

Nas noites de frio

Onde anda Teus

Braços, Tuas

Mãos cálidas,

Tua proteção de mármore?

Eu vago na eterna

Noite da vida

De peito aberto

Ávido dos mistérios

Olho pra trás

E vejo o mundo

Se afunilando

Na mesma estrada que percorro

Estou cada vez mais só.

À noite, à beira

Dos montes, com

O céu sobre minha cabeça

Com todo seu esplendor

De estrelas e nebulosas

Eu pergunto:

Senhor, o que eu faço?

Dele, o infinito

Que se afunda

Na eterna pergunta,

Recebo em silêncio

O vagar triste

E desinteressado que há

Em tudo que existe!

Meus pés doem,

Pois o peso

Das coisas pesadas

Pesam no meu andar

E muitos campos

Se abrem sem

Me dizer seus nomes

E seus destinos:

Algo mais

Forte do que eu

Mais habilidoso

Ocupa o meu lugar,

E me empurra

A qualquer descuido

Pra fora da minha estrada.

E luto, forte

Com a força

Do céu e da lua

E vejo deserto

Que se mostra

Feroz e inefável

Como o rosto

Da morte:

E compreendo,

Que entre e Deus

Eu, Existe um vão

Tão eterno e profundo

Como o seu amor.

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 07/05/2012
Código do texto: T3654523