comida do céu
O que é essa estrada que
Que abre em procissão
Banhando de tédio
A cada passo dado?
Cada espaço futuro
Que é guardado,
É manejado
Como se o mesmo
Espaço não tive ocupado?
Com se nada me pertencesse
Como se eu fosse um invasor?
Oh! , Deus da vida
Que me acolhe
Nas noites de frio
Onde anda Teus
Braços, Tuas
Mãos cálidas,
Tua proteção de mármore?
Eu vago na eterna
Noite da vida
De peito aberto
Ávido dos mistérios
Olho pra trás
E vejo o mundo
Se afunilando
Na mesma estrada que percorro
Estou cada vez mais só.
À noite, à beira
Dos montes, com
O céu sobre minha cabeça
Com todo seu esplendor
De estrelas e nebulosas
Eu pergunto:
Senhor, o que eu faço?
Dele, o infinito
Que se afunda
Na eterna pergunta,
Recebo em silêncio
O vagar triste
E desinteressado que há
Em tudo que existe!
Meus pés doem,
Pois o peso
Das coisas pesadas
Pesam no meu andar
E muitos campos
Se abrem sem
Me dizer seus nomes
E seus destinos:
Algo mais
Forte do que eu
Mais habilidoso
Ocupa o meu lugar,
E me empurra
A qualquer descuido
Pra fora da minha estrada.
E luto, forte
Com a força
Do céu e da lua
E vejo deserto
Que se mostra
Feroz e inefável
Como o rosto
Da morte:
E compreendo,
Que entre e Deus
Eu, Existe um vão
Tão eterno e profundo
Como o seu amor.