QUANDO UM POETA MORRE
Quando um poeta morre
O céu feliz se encanta
A natureza chora a ausência santa
E nasce uma estrela para que o universo adorne
Quando um poeta morre
Dorme solitária a ilusão
Uma lágrima de luz rega o chão
Inundando os olhos onde a emoção escorre
Quando um poeta morre
Os sonhos em coro cantam
Os anjos em festa dançam
Num arrebol triste e de porre
Quando um poeta morre
O tempo entristecido para
A esperança se desespera e cala
E o espaço enfurecido implode
Num amor órfão e disforme
O verso sem lirismo perde a rima
O canto abalado desafina
Quando um poeta morre.