trechos
Onde está o pardo vento de outono
Que no meu imaginário se rodam de uma tristeza
Satisfeita e aceita?
Que faz parte da vida
Como o olho do arroz cozido?...
E a beleza do céu?
Entro em zonas profundas
Furnas bêbadas e caídas, e tropecei
Tanto, porque não sabia voltar.
Cai e me feri muitas e muitas vezes.
E continuei a ir, mesmo sabendo
Que não havia nada que pudesse mudar.
E não há. O tecido das cavernas
É feito de sonho, material
Tão duro quanto aço,
Vagabundeando por valas sem calçamento
Por rodagens mal cuidadas e por buracos
Invencíveis, encontrei....toda sorte de gente
Todas com mesmo sono. Batendo a cabeça
E nervozinhos.
Tem um amigo que me fala mil coisas
Antes de entrar no seu rio de sal.
E só volta quando amanhece,
Viciou em andar no escuro,
Pra ele tem efeito narcótico.
Passa em minha cabeça as borboletas
Que cresci com elas nos fundos da
Minha casa Que não precisava aprender a voar.
O voar já está na sua definição.
Amarelas com pintas pretas nas asas,
Vermelhas e pretas, batia asa
Como beija flor, quando voava
Suas asas entravam no mundo do invisível....
Eu corria atrás.
Mas eu ainda era muito pesado pra alcançar...