trechos

Onde está o pardo vento de outono

Que no meu imaginário se rodam de uma tristeza

Satisfeita e aceita?

Que faz parte da vida

Como o olho do arroz cozido?...

E a beleza do céu?

Entro em zonas profundas

Furnas bêbadas e caídas, e tropecei

Tanto, porque não sabia voltar.

Cai e me feri muitas e muitas vezes.

E continuei a ir, mesmo sabendo

Que não havia nada que pudesse mudar.

E não há. O tecido das cavernas

É feito de sonho, material

Tão duro quanto aço,

Vagabundeando por valas sem calçamento

Por rodagens mal cuidadas e por buracos

Invencíveis, encontrei....toda sorte de gente

Todas com mesmo sono. Batendo a cabeça

E nervozinhos.

Tem um amigo que me fala mil coisas

Antes de entrar no seu rio de sal.

E só volta quando amanhece,

Viciou em andar no escuro,

Pra ele tem efeito narcótico.

Passa em minha cabeça as borboletas

Que cresci com elas nos fundos da

Minha casa Que não precisava aprender a voar.

O voar já está na sua definição.

Amarelas com pintas pretas nas asas,

Vermelhas e pretas, batia asa

Como beija flor, quando voava

Suas asas entravam no mundo do invisível....

Eu corria atrás.

Mas eu ainda era muito pesado pra alcançar...

Alex Ferraz Silva
Enviado por Alex Ferraz Silva em 06/05/2012
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