separação
Havia na praça duas moças bonitas
Que me convenceram a continuar
A não sair dali.
Uma envelheceu mais rápido
O peso das suas escolhas, creio eu,
Lhe marcaram com mais força
A pele de seu rosto, que passou
A ser composto de muita amargura.
A outra, como uma mágica, ficou
Leve e duradoura, seus olhos ainda
Se Compõem de esperanças.Vive
Na ponta das sapatílhas e dança
Todos os dias quando o céu se lhe põe
A brilhar.
A primeira, por insistência ou orgulho,
Não sei, continua. Mas suas pernas
Tremem ao se dar conta das frestas
Trágicas que lhe amarga os caminhos
A outra, por ignorância, ou por Deus,
Não sei também, vive coma uma louca
A se confundir com a clareza dessas manhãs,
Bonitas e poucas que só encontramos
Nos resumos da infância.
Um dia olhei com mais violência
E algo apareceu que até então
Não havia percebido. Aquelas duas
Mulheres não se conheciam.