POESIA FEITA DE LÁGRIMAS
Quando a vejo na amplidão
uma estrela reluzente
mesmo entre tantas outras
reconheço prontamente.
Também pudera, era ela,
que ao lado da minha cama
todas as noites se sentava,
e dizia com carinho:
_ Meu filho, mamãe te ama!
Ensinava-me uma prece,
beijava sempre o meu rosto,
dizia suavemente:
_ Durma com Deus, meu amor,
e eu todo cheio de gosto,
como quem ganha um presente,
dormia por toda a noite,
e acordava contente.
E logo ao raiar o dia,
quando de novo me via,
outra vez ela dizia,
servindo um café novinho:
_Meu filho, mamãe te ama!
pobre que fui não me iludo,
podia não ter de tudo,
mas nunca faltou carinho.
Saulo Campos - Itabira MG