Passado adornado.
Eu usava uma máscara.
Ela estava estampada em camisetas,
tribos a formavam
e adornos ilustravam-na.
Pedaços de ferro,
em formas de argola, retos, com bolinhas,
em tudo vaidade,
em tudo igual,
igualmente com o mundo.
Como em um pacto,
pacto de andar, falar,
um pacto assíduo de singularidade.
Falsa singularidade, plural com todos.
Pintava-me em várias cores e tons,
e a vaidade era quem guiava esta máscara.
Por pouco não tatuei meu corpo com ostentação.
Até que ela foi quebrada,
meus olhos foram desvendados,
minha ajudadora veio até mim,
intercedeu, suplicou de joelhos, e raspou minha cabeça.
Comecei a vestir-me naturalmente,
minha face foi limpa,
meu rosto purificado.
Ganhei roupas novas,
roupas limpas e simples.
Meu nome era escrito em pedras gerais,
pedras jogadas ao rio em conjunto,
e afundavam em seu próprio peso,
com o logo encrostado.
Agora foi apagado, e vi quem sou, um ninguém.
Ganhei outra identidade, em um novo livro,
estou escrito em um livro eterno,
firmado em uma rocha inabalável, cuja qual não afunda,
inchertado na videira da salvação,
plantado sobre terra fértil.
[Obrigado minha amada por, com paciência, ter me ajudado com tantas súplicas]
[05/05/12]