Caledoscópio

-Esse bem que poderia ser um conto de verão-

Bem, esse poderia ser um conto qualquer;

-Mas nao ha conto que eu possa contar que não seja um conto.

-Moro não sei onde, perto de lugar algum.

Talvez eu nem mesmo exista.

-Se existo, como saber?-

Pode ser que eu esteja sendo inventada.

Seja por quem ler.

Ou por quem passa.

-Isso nunca vou saber-

Ate pode ser que eu exista...

Mas ainda nao saiba onde

Nem como

Nem por que.

Apenas pode ser.

Isto ou aquilo. Mas infinitamente multavel.

-Tão comum quanto as diferenças ou tão diferente quanto as semelhanças-

Talvez esteja apenas confuso...Ou confusa...?

Interpreto um caleidoscópio caleidoscopicamente interpretado.

Usando palavras estranhas e de terceiros.

Quem sabe até minhas, que desconheço?

-Quem sabe.

-Quem sabe?

Palavras são apenas palavras.

Até mesmo depois de escritas, nao deixam de ser.

-Pode até ser que haja diferença

Entre o ser e o haver.

-Talvez haja,

-Mas se sou hajo. E ha quem aja a ser.

-Porque eu não?

Teimo em viver na rua da ilusão.

Faz de conta que contra diz.

Multavel visao de quem quis dizer o que diz.

Isso sim...

-Eu fiz?

[RalúsiaNunes 15/01/2008]

Ralú Nunes
Enviado por Ralú Nunes em 06/05/2012
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