Por que?

Por que um sonho em pesadelo pode se tornar

e o colorido do pôr do sol antecede a escuridão?

Por que o silêncio das flautas pode machucar

e a sombra do que fomos deforma-se no chão?

Por que o crepitar da chama de um amor

fenece ao sopro que anuncia a tempestade,

de decepções, descasos, desenganos e dor,

e o frio que congela o coração imita a saudade?

Quiçá o sonho sempre fora pesadelo disfarçado,

o colorido apenas ilusão romântica do olhar,

a melodia das flautas, eco do coração apaixonado,

e a chama do amor, paixão com prazo para acabar.

Os porquês não importam, há de se pensar na lição.

Viver é não temer o amor, não deixar o sonho morrer.

Vai-se um amor, fica a vida que semeou no coração,

que, jardim fecundo, logo volta a florescer.

Lídia Sirena Vandresen

05.05.2012

Lídia Sirena
Enviado por Lídia Sirena em 05/05/2012
Código do texto: T3651289
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.