ralo de pia

A cidade era pequena

Seus filhos também pequeno

Uma praça e duas igrejas

O jumento era o carro primeiro

Se andava também de bicicleta

E muito de procissão

Não havia outro mundo

Sempre a mesma solidão.

As casas eram pequenas

Mas cabia uma vida dentro

As paredes denunciam

O emparedar de uma família

Foto do avô, do prefeito

E da tia, que foi embora

Muito nova, era única

Que valia...

Dizia a matriarca

Orgulhosa de esperança

Que lá pelo dia 20,

Tinha dinheiro no banco.

Era a menina culpada

Essa tia que eu dizia

Que mesmo tendo partido

Não aguentava e ressentia.

Uma parte ainda

Morava no canfudó

De uma Bahia...

Que já foi se embora

Como água suja na pia

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 05/05/2012
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