Farândola

Esse ramalhete ardil

E seu congresso minado

Súcia de paletó

Revoadas de sonhos castrados

Memórias curtas, pingadas.

Pés descalços, na estrada.

O pão, a água e mais nada.

Animais confinados em seus desejos

Indefesos soldados sem guerra

Guardados em suas celas

Armados de sofrimentos

Vidas secas ou afogadas

Rostos do sul e do norte

Parábolas eleitorais

Assim anda os maltrapilhos

Assim passeiam os desgarrados

Assim gorjeia a horda.

As nuvens turvas se alastram

Os pés, nos espinhos, se gastam.

De joelhos se tornam ovelhas

Na teia do salvador.

Acender seu grito

Expiar sem dor

Emergir seu valor.

Espia-se Brasil!

Genival Silva
Enviado por Genival Silva em 05/05/2012
Reeditado em 28/12/2012
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