5/5

5/5

Um sol costureiro rasga minha cortina

A manhã virando claridade na retina adormecida

Sábado de sol, mês de maio, ano 2012

Acordo tonto, sem acordar, acordando...

Abro janelas vendo o ar frio penetrar a casa

Finjo não ver lá fora para não me despertar

Quero sentir o torpor do meu sono ainda vivo

Estou meramente de pé com a mente acamada...

Agora não posso mais fugir do apito da chaleira

É manhã de Maio e tento coragem para ver o céu

O céu que vai adentrar no coração cansado, triste

Ele está lá, imponente, me esperando, calmo e tranqüilo

Agora sou eu! Um só desperto, preparado para o embate

Levanto a cabeça e vou até a janela aberta, na visão maior

Na mais linda cor de azul, recém lavada pelo orvalho em noite fria

Lá está a minha alegria maior! A esperança em forma de cor: azul

Não é azul comum, nem do mar, nem das flores atrevidas, nem azuis talvez

Ele é algo que penetrando os olhos vai se dissolvendo em outra cor maior

Maior que o céu, mero pano de fundo, e do mar, seu admirador eterno

O azul de Maio! O único e venturoso! Indescritível na manhã clara portenha

Venha ver-me todos os anos dessa vida de tantas cores

Socorra aos que tem coragem de te entender

Traga passarinhos e ventos frios

Mas volte, volte sempre

Salvando minh'alma

Carioca

Roberto Solano
Enviado por Roberto Solano em 05/05/2012
Reeditado em 06/05/2012
Código do texto: T3650630