Porto Seguro

Há um porto seguro escondido

No canto esquecido do teu olhar

Em que eu, navegante perdido,

Talvez possa me acomodar

E fundear minha nau pervertida,

Extravagante, às vezes, comedida

Noutras, apenas um espectro,

Reflexo de mim mesmo, fantasmas

Amotinados que tomaram a nau

E partiram de mim mesmo, sem rumo

Apenas fundearam a nave insana

E refugiaram-se no porto perdido

Descortinado pela luz do teu olhar.