NOS LABIRINTOS DA MINHA MENTE

Para aquela menina descobridora do munda das artes

ESCOLA DE TEATRO MARTINS PENA NOS ANOS 70

CHEIRO DE ESCURO NO FUNDO DO PALCO

PLATÉIA NO ALTO

OU SERÁ QUE ERA A COXIA?

NÃO SEI BEM

MULHERES COM CABELOS GRANDE NO SOVACO E MUITO PENTELHOS

ERAM RIPES, ESTRANHAMENTE LIVRES

ROLAVAM PELO CHÃO DO PALCO

EM EXERCÍCIOS DE EXPRESSÃO CORPORAL

NAS AULAS DA RIVA

CAMARINS COM CHEIRO DE SONHOS

NO ESPELHO UMA MENINA A OLHAR

A SONHAR, O QUE SERÁ NO FUTURO?

MENINA SAÍDA DO FIM DO MUNDO

SEM DINHEIRO, SEM ROUPAS DA MODA

VIRGEM DE CORPO E DE ALMA

ALI NO MEIO DOS ANOS DA DITADURA

SEM NEM SABER O QUE ELA ERA

DESABROCHANDO PARA A ARTE

TERRIVELMENTE SÓ

APENAS COM SUA VOCAÇÃO E INTUIÇÃO

FOI DALI DAQUELA RUA VINTE DE ABRIl

QUE NASCI PARA O TEATRO

PARIDA POR SILVIO CAMPANHA

SUCESSO

NUNCA FOI MEU OBJETIVO

O PRAZER DE ATUAR

ESSE SIM

SEM BARZINHO

SEM DROGAS

SEM SEXO

APENAS ATUAR

E ESPERAR NAQUELE BANCO DE VIDA

BANCO DE MADEIRA QUE FICAVA NA ENTRADA

QUE TEMPO!

BOM E ASSUSTADOR

VENCIDA A BUSCA

COLHEITA DE ALEGRIA

HOJE NÃO VEJO MAIS A RIPE CABELUDA PORRA LOUCA

MAS UM POUCO DELA FICOU AQUI DENTRO DE MIM

DEPILADA, COM UM EMPREGO ESTÁVEL

MAS AINDA LIVRE A EXERCITAR O CORPO ENVELHECIDO

QUE AINDA PRODUZ COM O DEVIDO AQUECIMENTO

BENDITO MALDITO ANOS 70!

FOI LÁ QUE TUDO DESABROCHOU EM MIM

Glória Cris
Enviado por Glória Cris em 05/05/2012
Reeditado em 05/05/2012
Código do texto: T3650481
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