TRAGO-TE
Derramo-me aos teus pés,
de amor pulsante,
escondo nos meus olhos
teu poema.
Aquele que foi feito
todo amante...
misterioso, oculto
teorema.
Agora trago a ti
minha alma aberta,
com sonhos que colhi
na noite escura,
e ponho nas tuas mãos
a hora incerta...
que vive oculta em ti
doce tortura.
Eu trago-te o amor
maior do mundo
e já não sei mais que
devo esperar:
um olhar cheio de cores,
mar profundo
ou maquiagem vil,
no disfarçar.
Eu trago-te
meu tango, belo e quente
faminto no desejo
de obter,
o teu sabor vermelho,
e o beijo ardente...
suor, calor, paixão,
vivo prazer.
Eu venho aos teus pés,
trago-te rosas,
imploro em fito olhar,
teu gesto insano:
fazer da noite
esguia e vagarosa
remodelando, assim, o velho
engano.
Eu venho recolher-te
em prosa e verso...
estás em mim
e afloras meu sentido.
Deixei-te e como prêmio,
tive o inverso:
o tempo mais escasso
e mais sofrido.
E agora aos teus pés
deixo o receio
que pulsa no meu peito
latejante:
Teu riso e o teu olhar
é meu anseio
sem ti perco meu rumo,
sigo errante.
E hoje deixo a ti
minha alma exposta,
só quero o teu olhar
a me sorrir,
Sorria para mim,
digas que gostas,
de meu orgulho
morto a te seguir!!