O que me resta da vida
Trajado de dor e fome
Viajo nesta vida fria e devorante
A ideia de ser artista me consome
Talvez a escrita me leve avante
O vento das lembranças não me inspira
Os amores imaginados da infância
Esses, a memoria não os tira
Talvez a escrita novos me traga em abundância
O meu ser reflecte pouca alegria
A vontade, é que minhas letras o façam
A conivência negativa é tacanhamente fria
Por andar nela, meus pés já se cansam
E por essa decisão?
Oh futuro que tanto espero
Corrija minha triste e alegre ilusão
Para que minhas letras vivam como ferro
E ai de ti, minha desalmada vida
Se essas chagas e fomes não sanares
Castigo pior que a própria vida
Será esta morte sem olhares