Gina

Gina se foi do bairro

Aquele sorriso de afugentar sono

E perpetuar papos em cima do muro

mesmo com mil zangas do dono

Jamais deslizando por cá veremos

Sua saia do azul sofrendo saudade

Seus brincos outrora dourados

Aquelas mirrabas já cansadas

Mil miúdos querendo sua virgindade

Tudo virou miragem em segundos

E Gina abandonou nossas empoeiradas estradas

Sabia cantar elisawé como ninguém

Quem reavivará entre nós similar voz?

Que seu futuro não passe pelo Harém

Pois amor não lhe falta entre nós

Isso para não murmurar de mim

Que eternamente lhe verbalizaria sim

Gina, Gina

Nem a seus pais disse adeus

Sempre sonhou ser chique.

Que seu sonho encontre sua retina

Pois sobre teu futuro ficamos ateus

Como de qualquer miúda deste Moçambique

Odibar João Lampeão
Enviado por Odibar João Lampeão em 04/05/2012
Reeditado em 04/05/2012
Código do texto: T3648613
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