A dama das palavras...
Aqui completamente desprotegida
Vulnerável aos seus ataques insanos
Mas acolhida em seu leito sublime
Você que é minha louca poesia
As linhas dos meus desejos ocultos
Que me invade sem qualquer repudio
Que me aparece sem prosa e sem rima
Que vem em versos desalinhados
Em palavras desmedidas
Você que é atrevida e insulta os corações
Que quebra as paredes do meu ego
Que provoca a razão levando-a a loucura
Da onde você surge
Que me aparece nas horas mais inesperadas
Justo quando não posso dedicar-lhe
A atenção tão merecida
Quando sou obrigada a escolher
Entre a euforia em escrever-te imediatamente
Ou estancar meu instinto agora faminto
Conta-me onde você nasce
Onde brotam suas raízes
Essas que se aprofunda em meu ser
Tenho e mim a ligeira impressão
Que nasces do perfume das rosas
Aquelas que hipnotizam os homens comuns
Ou será do cheiro incomparável
Da terra sendo banhada pela chuva
Aquele aroma agradável que nos impregna a alma
Que nos faz viajar a tempos antigos
Visitar velhos amigos tal como o “Passado”
Ah! Você pequena indomável
Que quando quer faz de mim o que bem quiser
Você e sua força rompem a minha mente
Em sua chamada medicina
Cura a minhas feridas
E me submeti aos seus caprichos
E coloca-me a trabalhar a seu favor
Minha digníssima dama sensível
A realeza das palavras puras
A imperatriz da explicita declaração
A senhorita do meu querer
Você que tem tantos quereres
De formas ambíguas
Que nos encanta e nos fascina
A nossa pequena menina
A moleca que nos anima
Que com seus laços me domina
É assim que vou escrever
O que você me ensina