Não existe ex-poeta!

Os sinais estão em nossa volta

Como pistas míticas de uma estranha analogia

De um passado de poesias

Um presente de miragens

E um futuro cheio de incertezas

Mas que dúvidas, carrego uma memoria desgastada

Corroída pelas traças do medo

Gasta pelas ferrugens espectrais de momentos pretéritos

Não importa que, as vezes, a contradição

Comece a fazer sentido

Não me importa se, os sentimentos se esvaem

Como a água vai embora pelo ralo

Tenho sonhos indivisíveis e inomináveis

Tenho a pretensa, tenho o coração

Nunca me faltou coragem, nunca faltou ação

Buscar os sinais

Inquerir os fatos

Voltar as poesias

Para poder ver além das miragens de hoje

E assim, amanhã poder com todas as letras dizer:

Não existe ex-poeta!