Meu almoço.

Ah, minha hora de almoço,

um tempo de descanso,

a hora que você sai do ambiente em que estava,

e vai a comer.

É a hora em que você descansa,

tira os sapatos, afrouxa a calça,

desabotoa a camisa, e sossega.

A hora de comer.

Eu em meu almoço como, penso,

aliás, creio eu que penso mais do que como.

É a hora em que reponho minhas energias,

para logo após, voltar a trabalhar.

Mas minha hora de almoço é apenas para meu corpo,

meu ventre.

Do que aproveito esta hora, se não alimentar minh'alma também?

De nada aproveito. Tempo gasto e inútil.

Não apenas comer,

e também não comer, com a boca.

Comer com o coração,

alimentar-me do pão da vida,

e beber das águas eternas.

Do que aproveito se comer apenas comida?

Tempo inútil e mal gasto.

Alimentar-me no silêncio,

na leitura, de joelhos,

alimentar-me com a alma,

alimentar-me com o espírito.

Não ao leite, nem arroz com feijão,

e sim com as Escrituras.

Não cochilar, nem deitar em tarefa inútil,

não cochilar,

e sim, ajoelhar-me.

O silêncio,

a leitura, a meditação,

de joelho, prostrado,

a oração..

alimentando-me de joelhos,

em agonia, em alegria,

em tristeza, em regozijo,

é assim que me alimento.

Ah, minha hora de almoço.

Uma das horas mais gostosas do dia,

relaxo, dobro meus joelhos, abro as Escrituras..

Ah, a hora do almoço..

minha hora do almoço.

Cesare Turazzi
Enviado por Cesare Turazzi em 03/05/2012
Reeditado em 03/05/2012
Código do texto: T3647899
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