A guerra de perto
A guerra não acontecem
Apenas nos campos de batalha
Nos livros de histórias
Ou em lugares como o
Afeganistão e coisas assim
A guerra está na estrada enlouquecida,
Que liga as pessoas.
Na praça da sé,
Onde meninos em frangalhos
Despido de dignidade envergonha
Qualquer que tem uma casa pra dormir
Uma mãe pra chamar
Ou uma pai pra cuidar
Nos cafundós desse brasil,
Que famílias grandes acordam
Com fome, e todos se olham
E não suportam muito o próprio
Reflexo. Barrigas com vermes,
Não sabem ler, escrever, nem
Se sabe gente, sem força
Alguma pra merecer.
Olha o mundo como se olha
Um santo do alto escalão celeste
Inatingível. Sem terra, aluga-se
Na consciência um lugar pra ficar
Carregado de culpa de estar ocupando
Um lugar que naturalmente pe seu....
E na vida alta, das cortes e do poder
Homens que seria pra proteger
A vida dos homens menos favorecidos,
Riem e abastecem sua própria pança
Como se só lá no meio de sua barriga
Existisse espaço desocupados....