Ocupado

“Qdo cê entra vem aquele calorzão. Sobe um treme treme dos pés a cabeça. Fico assim em brasa, meio febril. Qualquer raciocino lógico me abandona de pronto. Fico tentando pensar em algo pra dizer que possa te trazer pra mim. Mas não há mais nda a dizer. E fico a refletir pq vc ainda aparece pra mim? Fico esperando isso morrer aqui dentro ou ao menos ser enterrado vivo numa cova do meu coração. Ou não?

A ESPERANÇA É A ÚLTIMA QUE ME MATA.

Não tenho de onde tirar esperanças, nem motivos. Mas ainda assim continuo tão absorvido, tão tomado. Ainda acordo de madrugada suado e ofegante de um sonho com sua presença. Mas minhas mãos só tateiam tecidos. Se ao menos eu soubesse te buscar em outros corpos”.

OCUPADO

Se ao menos eu soubesse te buscar em outros corpos

em outros suores

outros amores

pra distrair a minha alma

a minha mente

preciso urgente me desocupar de você

pra entender

porque a gente fica tão tomado

acorda, dorme e respira impregnado

sente essa presença por todos os lados

e não sabe como desligar

Mas isso só o tempo pode resolver

fazer com que

sua imagem seja cada vez menos nítida

na minha lembrança

aos poucos outras coisas vão se ocupar de mim

até você sumir

Dói pensar assim

um crime, um assassinato

te arrancar de mim

é um corte necessário

Fernando Tamietti
Enviado por Fernando Tamietti em 03/05/2012
Reeditado em 07/03/2013
Código do texto: T3647841
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