ALEGORIAS DO TEMPO.
Tempo, criatura acessa, travessa,
faz da gente o que bem entender,
brinca com os nossos rios até sempre.
Tempo, criatura sem pegadas,
faz da gente um pasto perdido.
que pouco sabemos de quem é.
Tempo, criatura enraivecida,aflita,
entorna nosso caldo quando bem quer,
vira do avesso a nossa pele sem desvirar depois.
Tempo, amante insaciável,
escorre por suas coxas os mantras sagrados da fé,
até se fartar de rir, de sacudir.
Tempo, fantasma rouco, gordo, aflito,
que nós tentamos domar, dopar, dourar,
e sempre acabamos desnudos sem mais nada a dizer.
Tempo, um dia ainda seremos o seu senhor,
faremos das suas linhas as linhas das nossas próprias mãos,
e nelas esculpiremos cada vão distante da nossa alma.
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