Os olhos Invisíveis

O perfume senta no meio da rua,

Rompe a noite sem revelar a lua,

Que anda nua, suspeita, crua.

A beleza bêbada dança com o ímpio fado,

Caminha nua, de mãos afáveis solidárias desencontradas,

Veste-se incolor por debaixo da dor.

A música entoa as asas do tempo,

A melodia turva escorre lágrimas brilhantes,

Os hinos voam com a liberdade das aves do campo.

O mar que nos esconde o fim,

Vem sempre com um novo dia,

Uma onda que renova os segundos do ar.

O sol abre as páginas do livro,

Escreve sem perceber uma poesia eterna,

No céu flutua, a estrada imensa da aquarela.

A vida anda na estrada, navega no silêncio

chora, como uma ode à alegria,

Dorme desejando os mil amores da melodia.

A vida, A música, A beleza

O mar, O sol, O perfume

São olhos de prazer, corpos de canção exagerada.

Pablo Diego
Enviado por Pablo Diego em 02/05/2012
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