Nega

Nega minha Nega

Minha boca já te quer

Essa noite tive pouco,

Sua força de mulher

Eu estou nessa vida, Nega

Só pra te agradar,

Quero dar tudo que tenho

Minha vida é te amar

Nega minha doce

Nega, que me espanta

A solidão,

Não quero você, Nega

Passando de mão em mão.

Na terra de que venho

Nossa honra é nossa base

Se eu pegar você com outro

Nega, eu te mato de verdade

Essa nega é toda prosa

Exibe toda sem demora

Sua saia muito curta

Suas pernas fica a mostra

E tem um requebrado

Verdadeiro e saboroso

E ela sabe disso, só

Me deixa mais nervoso.

Os caboclos ficam doido

Querendo te conquistar

Com dinheiro e malandragem

Mas não sabe como entrar...

No seu campo secreto

Onde mora a solidão

Lugar que também

Tenho e posso entrelaçar

Não entende que a vida

Só existe no profundo

No tempo, a carne é delicia

Mas sem alma, não atiça

Eu gosto dessa Nega

Com o fardo e tempero

Com os cantos brejeiro

Com seus medos primeiro

Sei que é demais

Mas também sei ser capaz

De ver atrás do corpo

Seus sentimentos mais banais

Ah, Nega feiticeira

Sabe que estou na dela

Só não sabe que eu sei

Da vida mais que ela

Já vi muitas desse jeito

Que usa o cabra tolo

Que se encaixa como besta

Na sedução e no controle

Nega delicia, que de noite

Me aplica, a morte pelas

Pernas, e a vida pela língua

Quando vai embora

Sua ausência me declina

Eu quero tudo, Nega

Quero a vida compartilhar

Todo tempo do mundo

Se quiser até casar.

Acordar bem cedinho

Com seu cheiro me rondando

Te beijar devagarinho

Depois matar a minha fome

E depois te cuidar

Lhe dizer palavras tolas

E falar com cuidado

Que meu pensamento voa

E você vai ter prazer

Como a criança em brinquedo

Seus olhos serão meus

O os meus, o seu espelho...

Tão forte o meu amor

Não me entrego ao pudor

Serei parte de sua

alma, como aroma na flor.

Com tanta formosura

É bonita e assanhada

E quando está no fogão

Também mata minha fome

Faz coisas tão gostosas

É diferente e indefinida

Ama também o cabra

Na mesa com a comida

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 02/05/2012
Reeditado em 02/05/2012
Código do texto: T3645804