descampado
O bicho bate palmas
E dança toda a noite
O menino ri de sua fúria
E bebe vinho ao seu lado
Ouve de seus lábios
Palavrinhas de medo
O moleque se encanta
E pergunta:
Senhor Bicho
Como faço pra
Ser como o senhor?
O bicho corre
E comprava mais vinho:
O jeito era beber pra esquecer
Esse artefato de guerra.
O menino zombava,
Ardente, tomando a goles
A verdade daquela noite
Continuava rindo e dentro da sua boca
Uma dançarina pegava um taxi.
E o bicho assustava
E cobria-se lamparinas
E vaga-lume
Daqui a pouco muda tudo
E o tempo vai ser de tédio
Sua boca vai fechar
E a moça do taxi
Vai soletrar silabazinhas
Intoxicadas de amor.
O bicho não pode ver
Porque seus olhos
Só funciona em terras
domesticadas