Goles de aço
O dia chegou, um dia belo
Passagem ao eterno
O olho se volta à estrada comprida.
E afundados na lama,
Os passos endurecidos,
A cidade canta, as mãos
Se chocam e a boca fala
Gráficas palavras amor
Ao mestre da lua,
Um brinde, ao homem
Cego, a escuridão, ao homem
Que trabalha, gratidão,
E viva o carro elétrico
O computador
A escrita perfeita
E o sol, bola de amor,
Suspensa no céu!
Esquenta minha pele
Eu rodopio num carrossel
E meus amores ficaram
Na estrada, atrás das esquinas
Pegou um retalho
Um atalho, sei lá
Ou perdeu mesmo
O gosto do mesmo andar
Deve haver alguma beleza
Atrás das barricadas
Da guerra
E Outras tristezas
Nos encontros de amor
E no mais,
Estou no mesmo endereço,
Vendo as mesmas pessoas
De tanto deixar pra amanhã
O gosto da vida ficou amargo
Sem a mesma doçura daquele anos
De fúria e vontade.
Deixo meu abraço,
Caro carteiro
A rua é longa
A pintura das casas estão descascadas
Pare na esquina da rua Jacarandá,
No bar de Seu Dermiraldo
E compre um guaraná,
Tome olhando pra nuvens
E dê goles de aço.