Goles de aço

O dia chegou, um dia belo

Passagem ao eterno

O olho se volta à estrada comprida.

E afundados na lama,

Os passos endurecidos,

A cidade canta, as mãos

Se chocam e a boca fala

Gráficas palavras amor

Ao mestre da lua,

Um brinde, ao homem

Cego, a escuridão, ao homem

Que trabalha, gratidão,

E viva o carro elétrico

O computador

A escrita perfeita

E o sol, bola de amor,

Suspensa no céu!

Esquenta minha pele

Eu rodopio num carrossel

E meus amores ficaram

Na estrada, atrás das esquinas

Pegou um retalho

Um atalho, sei lá

Ou perdeu mesmo

O gosto do mesmo andar

Deve haver alguma beleza

Atrás das barricadas

Da guerra

E Outras tristezas

Nos encontros de amor

E no mais,

Estou no mesmo endereço,

Vendo as mesmas pessoas

De tanto deixar pra amanhã

O gosto da vida ficou amargo

Sem a mesma doçura daquele anos

De fúria e vontade.

Deixo meu abraço,

Caro carteiro

A rua é longa

A pintura das casas estão descascadas

Pare na esquina da rua Jacarandá,

No bar de Seu Dermiraldo

E compre um guaraná,

Tome olhando pra nuvens

E dê goles de aço.

Ariano Monteiro
Enviado por Ariano Monteiro em 02/05/2012
Código do texto: T3645463