Fardo do mundo
Me sinto um chinelo velho
Esquecido.
Sem nada.
Cheio de marcas que os pés deixaram
Que vive de lembranças,
Lembranças empoeiradas.
Lembranças velhas.
Me sinto um chinelo novo
Na prateleira.
Cheio de sonhos.
Sonhando com pés que vai acomodar
E com a vida que vai compartilhar.
Chinelo sonhador.
Mas na real, não sou nem novo nem velho
Nem chinelo.
Nem remou passado, nem sonho com o futuro
Vivo meu presente
Que não é um presente
É mais um fardo
Fardo do mundo.