HUMILDE RIMA
Quero falar do tempo que pertence a todos aqueles
que não subjugaram suas personalidades
nem suplantaram suas idiossincrasias
assimilando condutas de voláteis víboras que rastejam
sobre suas fezes nos cinzentos jardins onde a ironia
escorre entre os devaneios
Quero falar das coisas que passam pela janela
ou do amor que tenho por ela
Quero falar das coisas do hodierno odiosas
mas que, ainda assim são valiosas
para quem não tem senão
um tempo livre e em vão
Aqui fica uma humildíssima rima
para quem se anima
a viver a vida
ainda que pareça desnutrida,
encardida,
inibida,
foragida,
escondida,
retraída
ou encolhida
em sua intrínseca razão
Morpheus