TRISTEZA DO MEU SERTÃO Poema de: Flávio Cavalcante

TRISTEZA DO SERTÃO

Poema de:

Flávio Cavalcante

I

Ah, se meu sertão não fosse triste

Meu povo teria o que comer

Mataria a dor que machuca e insiste

De não ver alegria no entardecer

II

Ah, se meu sertão tivesse fartura

Para dar de comer a toda minha gente

Me desse do pé aquela fruta madura

Que um dia foi enterrada uma semente

III

Ah, meu sertão eu tenho esperança

Que tudo isso vai mudar um dia

Aí volto feliz que nem criança

E tiro do peito a ferida que doía

IV

Ah, meu sertão das veredas e caatingas

Da lua que brilha tentando me alegrar

Das gotas ausentes d’água nas moringas

Da sede travada que não posso saciar

V

Ah, meu sertão do sol que arde e castiga

Por que és triste com tanta beleza?

Se tens a lua como tua melhor amiga

È namorada da grande realeza

VI

Ah, meu sertão pede pra ela intervir

E pedir ao sol pra parar de castigar

Assim eu terei motivo para sorrir

E a felicidade de estar no meu lugar

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 01/05/2012
Código do texto: T3643055
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