Passarinho na prisão
Passarinho prisioneiro
Numa gaiola encerrado
Seu cantar já não se ouve
Ficou na mata enterrado
Numa armadilha
Por um homem bem armada
Triste momento foi aquele
Quando por ela foste tragada
E a liberdade
De um passarinho voador
Foram asas decepadas
Por humanos sem amor
Chora passarinho
Em vez de alegres tu cantar
Ao ver por sobre o céu
Teus companheiros a voar
De longe
Tu escutas seus gorjeios
Isso faz só aumentar
Teus sonhos em devaneios
Tentas entoar
Mesmo triste, uma canção
Mas as forças são menores
Que a tristeza da prisão
Tentas dar sinal
Aos companheiros liberados
Que nos seus vôos rasantes
Perto de ti já tem chegado
Mas seu canto
Já não ecoa na garganta
Ficou no peito entalado
Pela tristeza já ser tanta
Nem a comida
Que te dão por alimento
Faz cessar tua saudade
Que corrói teu sentimento
Olhas pelas grades
Do teu cárcere de ferro
No pensamento sobrevém
Minha vida aqui enterro
Mas fique firme
Na esperança passarinho
Quem sabe um dia esse humano
Reconheça ser mesquinho
E te devolvas
A tão sonhada liberdade
Que faz de ti, ó passarinho
Soltar gorjeios de verdade