O MESMO AMOR

Das coisas que perdemos
nos tempos das imbecilidades
não me diga que foram necessárias
para sermos o que somos hoje.

Aliás, nem sabemos o que somos hoje!

Que pesos, que medidas, que unidades
usaremos para descobrir o que somos hoje?

Não, minha amiga,
hoje continuamos sendo os mesmos,
com a única diferença que gastamos nosso tempo
com egoísmos e fantasias
heróicas e mentirosas.

Somos os mesmos,
o tempo se foi.

Jamais te amaria hoje
como te amei naquele tempo,
ainda que com o mesmo amor.

Não te amaria melhor, ou pior,
que não existe amor bom, ou amor mau.

O amor pode ser de um ou de outro jeito,
mas será sempre do jeito que cada um
é capaz de amar.

E, em cada um de nós, o jeito de amar
muda com o tempo,
ainda que continuemos sendo os mesmos.
Amamos o amor mais maduro ou o amor
mais ingênuo; o amor mais egoísta ou
o amor mais compreensivo.
Mas será sempre do jeito que pudermos.
O mesmo amor.
O único amor que sempre tivemos.
De um ou de outro jeito.
Nelson Eduardo Klafke
Enviado por Nelson Eduardo Klafke em 30/04/2012
Reeditado em 06/09/2014
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