Só Eu

Está chovendo.

Chia o rádio

Hesita o passo, me vira o rosto

Posso te enfeitar, pois

Só eu sei do teu gosto

E no meu abraço eu te exponho ao tudo.

Seu corpo é tumulto

Escorre o suor sobre as cortinas

Eu conheço minha neblina

O que precisamos é de companhia

Eu quero teu sol, menina.

As gotas na janela formam uma rota que eu sei que podemos seguir.

Seu medo é

Teu soldado lutando contra a gritaria da multidão lá fora.

Ele não me diz nada.

Debaixo do temporal e do seu choro, eu permaneço seco. Fecho o guarda-chuva, e tento te entender. Me falta te conhecer.

Te projeto em linhas, te espalho sobre o tapete da nossa casa. Te retorço e te escoo. Te desmonto. Faço planos e os esvaeço com um sopro.

Sento pra almoçar, basta um olhar em trilho à tua insegurança pra que meus balões se estourem. Descuido dos meus desejos e por já não conseguir saborear meus sonhos, perco o apetite. De onde você vem?

Preocupo com o futuro, a força está nos meus pulsos e sua coragem rodopiando sobre as nuvens como uma pipa em dia de chuvisco. Quem você é afinal?

Libera o teu caminho

Já sei cantar o hino

Eu já não sou mais tão menino

Esquece o passado

Um novo quadro à ser pintado…

Toma um café adoçado

E faz nascer um novo dia

Aperta minha mão e deixa o sol raiar.

Nós não somos ninguém talvez

Ao menos

Dessa vez deixa meus passos te guiar até

Coisas que só eu posso te dar.

Lucas Mezz
Enviado por Lucas Mezz em 30/04/2012
Reeditado em 05/05/2012
Código do texto: T3642146