Só Eu
Está chovendo.
Chia o rádio
Hesita o passo, me vira o rosto
Posso te enfeitar, pois
Só eu sei do teu gosto
E no meu abraço eu te exponho ao tudo.
Seu corpo é tumulto
Escorre o suor sobre as cortinas
Eu conheço minha neblina
O que precisamos é de companhia
Eu quero teu sol, menina.
As gotas na janela formam uma rota que eu sei que podemos seguir.
Seu medo é
Teu soldado lutando contra a gritaria da multidão lá fora.
Ele não me diz nada.
Debaixo do temporal e do seu choro, eu permaneço seco. Fecho o guarda-chuva, e tento te entender. Me falta te conhecer.
Te projeto em linhas, te espalho sobre o tapete da nossa casa. Te retorço e te escoo. Te desmonto. Faço planos e os esvaeço com um sopro.
Sento pra almoçar, basta um olhar em trilho à tua insegurança pra que meus balões se estourem. Descuido dos meus desejos e por já não conseguir saborear meus sonhos, perco o apetite. De onde você vem?
Preocupo com o futuro, a força está nos meus pulsos e sua coragem rodopiando sobre as nuvens como uma pipa em dia de chuvisco. Quem você é afinal?
Libera o teu caminho
Já sei cantar o hino
Eu já não sou mais tão menino
Esquece o passado
Um novo quadro à ser pintado…
Toma um café adoçado
E faz nascer um novo dia
Aperta minha mão e deixa o sol raiar.
Nós não somos ninguém talvez
Ao menos
Dessa vez deixa meus passos te guiar até
Coisas que só eu posso te dar.