Pálido Anjinho

Meu anjo, que teu suspiro

Seja luz d’uma alma dolente,

Torne-se o ar que respiro,

Página de vida tão demente

Mas quando findar-se o dia,

Que doura sua face tristonha

Morra ao peito toda agonia

A existência tão enfadonha

Em sua poltrona jaz deitada,

Com os cabelos negros soltos,

Beijando a imagem enlutada

Dos sonhos virgens e revoltos

Contudo uma nódoa perturba

Teu sincero e lívido olhar

Desbotando tua virgem turba

Na febre dolorida do amar

Quem te viu assim donzela?

Refém de um meigo carinho?

Tão Brilhante a beira da janela

Não foi eu pálido anjinho?

opoetakurita
Enviado por opoetakurita em 29/04/2012
Código do texto: T3639835
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