Soneto VII (conclusão do soneto IV - vide textos anteriores)
Aceita, deste mundo, a solidão
A que todo ser está destinado;
Que importa à alguém o que há em teu coração?
Teus anseios, quem os terá escutado?
Estarás sempre só na multidão
Carregando em ti teu EU ignorado
(Só Deus entende tua imensidão,
Mas Dele, em teu andar, tens te afastado...);
Fecha teus olhos (podes fazê-lo ainda)
E então, explorador, mergulhe fundo
No obscuro mar onde nada se linda...
Súb'to verás, no pélago profundo,
De Cristais mil uma Atlântida infinda:
Teu refúgio excelso ao opróbrio do mundo.