E quanto mais eu eu escarro mas secreção produzo

É fruto escuro da minha rebeldia

Num tubo que me traga noite e dia.

 

E eu escarro os meus temores,

As minhas dores são maiores

Ignoro os que me enfrentam

Estou cansada de lutas

 

O luto que trago no peito é o que me aflige diante

da rudeza da minhas culpas

 

Não quero a graça, nem louvores

Nem o canto silencioso dos suicidas

Em suas eiras , quero apenas essa madrugada

Com meu velho colt, com minhas botinas gastas

 

Nada represento, nem alegria, nem ousadia

Nada! Sou vazia e muda, porque meu grito abafam

Eu sigo só como um corsário e mergulho

Nas minhas lágrimas interiores

onde não há mentira, nem dolos

 

Nem amargura há, há apenas o pensar constante

Que não deixe minha mente descansar

Nos meus arroubos de juventude

Eu manuseio e recarrego as minhas palavras.

Nessa larva quente que me implode.

 

 

 

 

Cristhina Rangel
Enviado por Cristhina Rangel em 28/04/2012
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