Preso na Fundação
Na fundação me afundei,
não sei se vou sair.
O alicerce do mundo me engoliu,
no subterrâneo de mim.
Agora sou pilastra
e se alastra em mim a perdição
de me afundar cada vez mais,
nesta fundação de um mundo.
Cada vez mais fundo,
cada vez mais longe da luz,
a escuridão me seduz
a nela permanecer,
repousar, fugir daqui...
Quero partir e não posso,
meu corpo permanece
para dizer que não acabou
minha brincadeira de criar.
Mas hoje, só por hoje,
me deixe descansar de ser,
me deixe descansar de mim...